sábado, 30 de janeiro de 2010

A Princesa e o Sapo


A Princesa e o Sapo

The Princess and the Frog
EUA, 2009 - 97 min
Animação / Infantil / Musical

Direção:
John Musker, Ron Clements
Roteiro:
Ron Clements, Rob Edwards, John Musker
Elenco:
Anika Noni Rose / Kacau Gomes, Bruno Campos / Rodrigo Lombardi, Keith David / Sergio Fontoura, Jenifer Lewis / Selma Lopes, Jim Cummings / Márcio Simões, Michael-Leon Wooley / Mauro Ramos

Cinco anos depois de seu último longa-metragem em animação tradicional (Nem que a Vaca Tussa), a Disney volta às origens com A Princesa e o Sapo. Para aqueles que (como quem vos escreve) passaram a infância assistindo os clássicos Disney, é uma grande satisfação ver que os estúdios não esqueceram as tradições, e que talvez esse estilo possa sobreviver paralelamente com a computação gráfica. Será?
A história se passa no berço do jazz, Nova Orleans, onde a bela jovem Tiana (Anika Noni Rose / Kacau Gomes) busca incessantemente realizar seu sonho de ter um restaurante. Enquanto isso, o recém-chegado príncipe Naveen (Bruno Campos / Rodrigo Lombardi) acaba se envolvendo com o vidente vigarista Dr. Facilier (Keith David / Sergio Fontoura) e sendo transformado em sapo. Eis que o príncipe sapo acaba encontrando Tiana em uma festa, e promete a ela a quantia necessária para realizar seu sonho caso ela o beije e, assim, quebre o feitiço. Porém, nem tudo saiu como planejado, e após o beijo, Tiana também é transformada em sapo.
Como todo bom clássico (ou candidato a clássico) da Disney, esse enfoca a luta por um sonho, por mais impossível que ele pareça, no melhor estilo "if you wish upon a star". A Disney aproveitou essa retomada para tentar provar que ainda é possível mostrar um conto de fadas, com princesa e tudo, em plena Louisiana e numa época bem mais atual. Além disso, o fato de essa ser sua primeira princesa negra, ajudou muito no boca-a-boca do filme.
O que se percebe é que após esse hiato, obviamente, a qualidade dos desenhos e da animação melhorou bastante. Até algumas mudanças no estilo são perceptíveis, como expressões faciais e movimentos, incorporando coisas até mesmo do anime, em determinadas situações.
Mas parece que eles não conseguem mais criar músicas realmente marcantes como antes. Logo esse que era o ponto forte dos clássicos, que ficaram para a história por sua originalidade. A grande mudança está nos ritmos, pois por se passar em Nova Orleans, o jazz está sempre presente. O grande destaque musical é a canção "Never Knew I Needed" composta e interpretada por Ne-Yo, que tem chances de concorrer a Oscar (apesar da pesada concorrência de Nine).

A verdade é que falta À Princesa e o Sapo algo que o separa dos grandes clássicos. Falta algo realmente novo e original o suficiente para ficar para sempre na lembrança de quem o assistiu. É o que própria Disney costuma chamar de magia. Digamos que falta um pouco de magia Disney nesse filme. O que não quer dizer que não seja um bom filme. É sim. Mas não como os inesquecíveis Rei Leão, Mulan, A Bela e a Fera, Aladdin, etc. Mas sem dúvida melhor que outros como A Ilha do Tesouro e Nem que a Vaca Tussa.
Quanto à dublagem brasileira, excelente como sempre. Elogiadíssima internacionalmente, ela ainda carece de reconhecimento interno. Só há uma ressalva a fazer: a esolha de Rodrigo Lombardi para dublar o príncipe Naveen. Não que ele se saia mal, mas fica perceptível que não é do ramo. Não sai muito natural. E um papel importante como esse deve ser dado a um profissional experiente e de reconhecido talento (o que não falta no Brasil). Essa escolha nitidamente só levou em conta a divulgação do filme, que seria beneficiada pela escolha de um ator famoso para fazer a voz do personagem principal. Quem viu o trailer do filme, pôde perceber que a dublagem não era de Lombardi, mas do excelente dublador Reginaldo Primo (Dean Winchester - Sobrenatural, Clark Kent - Superman Returns). Essa teria sido uma escolha bem mais acertada em termos de qualidade. Outra opção era o carioca Bruno Campos, que faz a voz do príncipe Naveen em inglês.
Em sua primeira semana, A Princesa e o Sapo liderou as bilheterias americanas, superando O Lado Cego de Sandra Bullock, e arrecadando cerca de US$ 25 milhões. Não é nada impressionante se comparado às recentes produções da Disney/Pixar, ainda mais com o orçamento de 105 milhões do filme. Mas já é um início, um retorno da animação 2D aos cinemas. As crianças do século XXI, da era das grandes produções em 3D, ainda terão de se acostumar a essa "antiquada" versão. Para aqueles que, como eu, viveram e cresceram no auge dessas produções, esse retorno é mais que bem-vindo. É um deleite. Que venham mais filmes inesquecíveis por aí. Ao menos um torcedor a "animação feita à mão" tem.

1 comentários:

Contra a Maré disse...

Num vi, mas vô.

 
© 2007 Template feito por Templates para Você