segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Lula - O Filho do Brasil


Lula - O Filho do Brasil
Lula - O Filho do Brasil
Brasil, 2010 - 128 min
Drama

Direção: Fábio Barreto
Roteiro: Denise Paraná, Fábio Barreto, Fernando Bonassi, Daniel Tendler
Produção: Paula Barreto, Rômulo Marinho Jr.
Elenco: Rui Ricardo Dias, Glória Pires, Felipe Falanga, Guilherme Tortólio, Cléo Pires, Juliana Baroni, Milhem Cortaz

Lançado como grande promessa e com o maior orçamento do cinema brasileiro, Lula - O Filho do Brasil foi dito tendencioso e limitado por grande parte da crítica e até mesmo do público.
Como não poderia ser diferente, a cinebiografia do nosso atual presidente gerou polêmica antes mesmo de ser lançado, devido ao ano de seu lançamento (último ano do segundo mandato de Luiz Inácio e ano de eleições para presidente), o que, por incrível que pareça, fez com que a bilheteria inicial do filme fosse muito abaixo do esperado.
O enredo percorre pela história de Luiz Inácio da Silva (Rui Ricardo Dias) desde o seu nascimento, passando pela sua chegada ao estado de São Paulo ainda aos sete anos de idade, sua formação como torneiro mecânico, a entrada para o Sindicato dos Trabalhadores e outros diversos momentos importantes, como perdas familiares. E para por aí. Nem mesmo a entrada de Lula para a política propriamente dita (participação em partidos políticos), ou seja, deixa de contar metade de sua vida. Apesar disso, seria uma grande injustiça dizer que o roteiro não possui qualidade. Muito pelo contrário. O drama está muito bem representado em diversas cenas do filme, fora as passagens geniais, como o discurso de Luiz em uma grande reunião de Sindicato num estádio de futebol. Infelizmente é preciso apresentar mais um "porém" em relação ao roteiro. O filme é uma adaptação do livro homônimo da escritora Denise Paraná e, através deste livro, foram identificadas várias inverdades, com destaque para uma delas. Em uma cena de considerável importância do filme, Lula está em uma greve do Sindicato dos Trabalhadores em uma fábrica, onde em determinado momento o dono da fábrica atira e então os participantes do movimento jogam homem armado do alto de uma passarela. Lula fica estupefato com o acontecimento e diz algo como: "Mas ele não tem nada a ver com isso!" Já no livro, em declaração do próprio presidente: "O Dono da Fábrica atirou e o pessoal o jogou pela janela, acho que ele morreu. Eu fiquei assustado mas acho que o pessoal estava fazendo justiça." Dispensa mais comentários.
Diferentemente do roteiro, o elenco só merece elogios. Depois das desistências dos atores João Miguel (O Céu de Suely) e Tay Lopes (Última Parada 174), quem assumiu de vez o papel do Lula adulto foi o até então desconhecido Rui Ricardo Dias, que realiza um trabalho incrível e faz seu personagem ir do dramático ao cômico e imitar todos os trejeitos de presidente com um incrível realismo. Outra cara nova que merece destaque é o pequeno Felipe Falanga, que interpreta Luis Inácio da Silva aos seus sete anos de idade. O garoto faz uma ótima cena ao lado de Milhem Cortaz (Tropa de Elite), que faz o papel do pai de Lula. Fora os novatos, os destaques vão para Glória Pires (Se Eu fosse Você 2) e Juliana Baroni (Sonho de Verão), que interpretam, respectivamente, Dona Lidú, mãe de Lula, e Marisa, segunda mulher do protagonista. Por trás da câmeras o filme também tem bons resultados. Comandado por quase toda a família Barreto, direção e fotografia são da maior qualidade. Só se pode reclamar da falta de coragem da produção de realizar um projeto como Che (Steven Sorderberg) e contar numa possível segunda parte do filme a entrada de Lula para a política. Apesar de ser um filme com ótimos atores e um excelente desenrolar de história, Lula – O Filho do Brasil falha com a verdade, algo que decepciona a muitos e que acaba “queimando o filme” do presidente. Se seus realizadores achavam que iam evitar polêmica sobre o passado de Luiz Inácio Lula da Silva alterando alguns acontecimentos, se enganaram, pois a situação só piorou. E com a promessa de cerca de dez filmes de outros políticos brasileiros já encaminhados, surge a reflexão: se foi preciso mudar partes da história até do Lula, imagina o que vai ser do filme de José Sarney.

1 comentários:

Anderson Siqueira disse...

Em suma, um filme fraco e redundante. Sem mais.

NOTA (0 a 5): 2
**

 
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