domingo, 16 de maio de 2010

Alice no País as Maravilhas



Alice no País das Maravilhas

Alice in Wonderland
EUA, 2010 - 108 min
Aventura / Fantasia

Direção: Tim Burton

Roteiro: Linda Woolverton

Produção: Tim Burton, Suzanne Todd, Jennifer Todd, Joe Roth

Elenco: Mia Wasikowska, Johnny Depp, Helena Bonham-Carter, Timoty Spall, Michael Sheen, Alan Rickman, Christopher Lee, Anne Hathaway, Crispin Glover, Matt Lucas

Os Estúdios Disney investem cada vez mais alto em filmes live-action (quando os personagens são de carne e osso), deixando de lado o reconhecimento pelo público apenas por suas animações, principalmente depois do sucesso de bilheteria que foi a série cinematográfica Piratas do Caribe (Gore Verbinski). Para realizar o grandioso projeto Alice no País das Maravilhas (já produzido antes pela Disney, só que em animação), o estúdio contratou um velho parceiro, o cineasta Tim Burton (Os Fantasmas se Divertem), conhecido por apresentar ao público histórias sombrias e criativas, sejam elas originais ou adaptadas.
Em Alice no País das Maravilhas, a personagem central, Alice (Mia Wasikowska) já tem 19 anos e está prestes a receber um pedido de noivado. Ao tentar fugir de tal situação ela cai na toca do coelho e vai parar no País das Maravilhas pela segunda vez, sendo que a primeira foi, para Alice, apenas um sonho de sua infância. Desta vez ela tem a missão de destronar a Rainha Vermelha (Helena Bonham-Carter) e acabar com o seu reinado de terror.
Como é possível perceber, o filme de Tim Burton é uma continuação do livro homônimo de Lewis Carrol e, apesar de todo o potencial que a história inédita possa parecer ter, ela não se desenvolve e fica apenas numa chata mediocridade. Todos os personagens criados por Carrol e que marcaram a infância de muitos com animação da década de 50 da Disney estão, modificados ou não, presentes no filme, mas a importância que cada um tem no desenrolar da história modifica muitos aspectos de cada um, tornando, por exemplo, o Coelho Branco (Michael Sheen) quase um figurante e o Chapeleiro Maluco (Johnny Depp) o melhor amigo de Alice e exímio espadachim (modificações das quais ainda vou falar muito). Toda essa liberdade para mudar o criativo e excêntrico universo de Carrol prejudica bastante a qualidade do filme, mas traz algumas características positivas, como a imagem modificada da Rainha Vermelha, interpretada por Helena Bonham-Carter (Harry Potter e o Enigma do Príncipe), para que esta tivesse a cabeça desproporcinalmente maior que seu corpo, é geradora de boas risadas durante o filme.
Helena tem, sem dúvida, a melhor atuação e a melhor personagem do filme. A forma como sua interpretação e sua caracterização se encaixam para formar a Rainha Vermelha é incrível. Outros personagens que podem ser destacados são o Gato (Stephen Fry), a Lebre (Paul Withehouse) e os gêmeos Tweedledee e Tweedledum (Matt Lucas). A atriz central, Mia Wasikowska realiza um trabalho bem feito, mas nada demais, apenas como deveria ser. Em compensação, existem dois personagens que, apesar de seus intérpretes, não se saem nada bem. Anne Hathaway (O Diabo Veste Prada) interpreta a Rainha Branca, irmã da Rainha Vermelha. Seu jeito comportado e característico da nobreza é exagerado demais, o que torna a qualidade de sua interpretação duvidosa. Mas o maior problema é Johnny Depp (Edward Mãos-de-Tesoura), o queridinho de Tim Burton. Apesar de seus trabalhos fantásticos (não me lembro de ter um motivo sequer para falar mal de sua atuação antes), dessa vez Depp se sai mal, e principalmente por causa de seu personagem, o Chapeleiro Maluco. Como já disse antes, seu personagem deixa de ser coadjuvante para ser, neste filme, o personagem mais importante depois de Alice e é criado todo um drama ao redor da saudade do Chapeleiro pela protagonista desde que esta partiu do País das Maravilhas. Ficou bem claro que o personagem cresceu devido a escolha de Depp para o papel desde antes do lançamento do filme. Afinal, o principal pôster de divulgação estampa o Chapeleiro e os trailers davam destaque ao personagem.
Com todas as falhas, Tim Burton tinha que acertar em algo. E acertou, nos efeito especiais. Bem ao estilo do diretor, computação gráfica e fotografia se combinam muito bem. O mais incrível são as diferentes alturas que os personagens possuem sem impedir um alto nível de interatividade entre eles. As cenas que incluem os sapos da corte também são incríveis.
Indo contra toda a sua carreira, Tim Burton realiza um filme mediano onde o enredo é o que há de menos importante e de mais chato, apesar da grande espera do público. Se percebe as influências de Burton nos cenários e na caracterização dos personagens, mas pára por aí, e Alice no País das Maravilhas se torna o sexto filme a arrecadar mais de 1 bilhão de dólares de bilheteria, e o único dos seis que não merece toda essa atenção.

2 comentários:

Contra a Maré disse...

Plenamente de acordo! Particularmente achei o filme previsível... muito explicado, linear, factual... as maravilhas (loucas maravilhas) do país de Alice se foram...

Maria Clara Aragão disse...

Concordo total, apesar de uma boa atuação, não tem nada a ver o chapeleiro maluco ser praticamente o ator principal, quem leu ou lembra muito bem da historia, sabe que o chapeleiro só aparece praticamente duas vezes na história original e mal dá importância a Alice, apenas importando em contar sobre como brigou com o tempo ou sendo testemunha na corte da rainha. Oo os efeitos especiais valem realmente muito a pena, mas a história deixa desejar.

 
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