sábado, 28 de agosto de 2010

A Origem


A Origem

Inception
EUA / Reino Unido , 2010 - 148 minutos
Ficção científica / Suspense

Direção: Christopher Nolan

Roteiro: Christopher Nolan

Elenco: Leonardo DiCaprio, Ellen Page, Joseph Gordon-Levitt, Marion Cotillard, Ken Watanabe, Tom Hardy, Cillian Murphy, Tom Berenger, Dileep Rao, Michael Caine, Lukas Haas, Pete Postlethwaite

Depois de resgatar o Batman das profundezas cinematográficas e fazer um dos melhores filmes da década, Christopher Nolan virou sinônimo de eficiência em Hollywood. Essa é uma das razões que explicam o fato de A Origem ter sido tão aguardado. Outra é que o protagonista é Leonardo DiCaprio. E outra é o roteiro audacioso e instigante. Seja qual foi a razão que fez você ir ao cinema, provavelmente você saiu de lá, no mínimo, satisfeito com o que viu.
DiCaprio é Dom Cobb, o melhor ladrão do mundo no que diz respeito a surrupiar segredos do subconsciente das pessoas, ou seja, invadir seus sonhos para extrair informações valiosas sem que elas se deem conta. Graças ao seu talento, Cobb virou um fugitivo internacional e foi obrigado a viver afastado de seus filhos. A chance de ter de volta sua vida surge em um último e quase impossível trabalho: dessa vez, ele não deve roubar, mas implantar uma informação na "origem", fazendo com que a pessoa ache que pensou naquilo por si mesmo. Ele forma uma equipe com os melhores do mundo em cada função, mas tem como grande obstáculo a sua falecida mulher, Mal (Marion Cotillard), a qual ele não consegue afastar de sua mente, e que sempre tenta atrapalhar o cumprimento de suas missões.
O enredo exige 100% de atenção do espectador. No início, é simples, dá a base do filme, ou seja, mostra como funciona a extração das informações, e como essa técnica é utilizada em jogos de poder pelos grandes magnatas mundiais. Depois, com o desafio posto, é um momento de preparação, e a aproximação entre os personagens acaba abrindo espaço para um mergulho no drama de Cobb, que parece ser o único a ter um vida pregressa, afinal, tudo gira em torno dele, e dele tudo depende, para o bem ou para o mal. Da metade em diante, a história passa mexer mais com o raciocínio de quem assiste, pois eles vão passando de camada em camada, um sonho dentro do outro, prendendo a atenção, enquanto as peças do quebra-cabeça de Cobb vão sendo soltas aos poucos, e os mais atentos passam a perceber que o que realmente importa não é o sucesso ou fracasso daquela missão, mas a distinção entre o que é real e o que é sonho. Essa é a grande questão do filme, o que gerou infindáveis controvérsias e teorias de todo tipo entre o público. O roteirista Nolan pode dar-se por satisfeito, o objetivo foi alcançado. Ainda sobre o roteiro, deve-se notar, entretanto, a presença de uma ou outra incongruência, principalmente nas cenas de ação.
O elenco é bastante talentoso, e tem a cara de Christopher Nolan. Cillian Murphy, Ken Watanabe e principalmente Michael Caine são figurinhas carimbadas em seus filmes. DiCaprio mais uma vez mostra a regularidade de suas atuações nos últimos anos, nada superlativo, mas uma prova de seu talento para protagonista. Destaque para a primeira parceria entre o bom ator Joseph Gordon-Levitt e Christopher Nolan, que pode gerar mais bons frutos no futuro, já que fortes rumores apontam o ator como possível Charada no terceiro Batman de Nolan.
Outra grande atração do filme, que encheu os olhos de quem viu os trailers, são os efeitos visuais. A imaginação ilimitada da mente humana exige efeitos igualmente ilimitados, e o que se vê são cidades se dobrando, virando de cabeça para baixo, e também slowmotions de tirar o fôlego, além dos paradoxos, uma das boas sacadas do filme. Tudo isso marcado pela excelente fotografia de Wally Pfister, que tem cadeira cativa nos filmes de Nolan, parceria essa que já rendeu três indicações ao Oscar de Melhor Fotografia.
A Origem liderou por muito tempo as bilheterias americanas e é um grande sucesso no mundo todo, tendo o boca-a-boca como uma forte arma de marketing. Se esperava muito desse filme e pode-se dizer que ele correspondeu. Agora, deixando de lado a parte técnica, a bilheteria e a divulgação, a verdade é que a grande conquista desse filme foi arrancar aquele "OOOOOOOHHHHH" do público no filnal; foi fazer as pessoas discutirem o filme enquanto saíam da sala de cinema; foi fazê-las continuarem discutindo nas redes sociais, na internet, formulando inúmeras teorias; foi fazê-las continuarem intrigadas até agora, e com aquela vontade de assistir o filme mais uma vez para ver se não deixaram passar nada. É, o filme foi um sucesso!

 
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