Por Juliano Gadêlha
Transformers 3 - O Lado Oculto da Lua
EUA , 2011 - 157 min.
Ação / Ficção científica
Direção: Michael Bay
Roteiro: Ehren Kruger
Elenco: Shia LaBeouf, John Turturro, Josh Duhamel, Tyrese Gibson, Rosie Huntington-Whiteley, Patrick Dempsey, Kevin Dunn, John Malkovich, Frances McDormand, Ken Jeong, Leonard Nimoy, Peter Cullen
Depois de mostrar que é possível levar ao cinema a história de robôs gigantes alienígenas que já tinha feito muito sucesso como desenho e também no mundo dos brinquedos, Michael Bay já nos traz agora o terceiro longa de Transformers. Nesta franquia, Bay praticamente criou um novo gênero no cinema, que deve ter muitos adeptos em um futuro próximo. Também nos apresentou uma nova tecnologia de efeitos especiais e um novo modelo de ação e batalha cinematográfica.
Transformers: O Lado Oculto da Lua nos mostra os primórdios da guerra entre Autobots e Decepticons em Cybertron, seu planeta natal. Prestes a serem derrotados, os Autobots enviam o seu líder, Sentinel Prime, para lançar a nave "A Arca" do seu planeta, contendo a tecnologia que poderia salvar a sua espécie. Atacada por Starscream, a arca cai na Lua da Terra em 1961.O presidente John F. Kennedy então faz sua famosa promessa de mandar o homem a Lua ainda naquela década. O pouso da NASA na Lua em 1969 é na verdade uma investigação para recuperar os restos da Arca. Na Terra dos dias atuais, Sam Witwicky (Shia LaBeouf) está virando um adulto e sofre com o paradoxo de saber que salvou o mundo duas vezes e não receber nenhum crédito por isso, tendo uma vida comum como qualquer outro. Após se separar de Mikaela (Megan Fox, que deixou a franquia), ele já tem uma nova bela namorada, Carly Spencer (Rosie Huntington-Whiteley), e tem de aturar o chefe ricaço dela, Dylan Gould (Patrick Dempsey). Enquanto isso, os Autobots se ocupam ao saber que há uma nave de Cybertron na Lua e devem pegá-la antes que os Decepticons a encontrem e descubram seus segredos, o que poderia definir o resultado da batalha final entre os Transformers.
Após a decepção que foi Transformers: A Vingança dos Derrotados, esse terceiro filme trouxa a saga de volta aos trilhos. O roteiro é muito bom e traz ao filme uma grandiosidade maior ao apresentar essa batalha interplanetária de grandes proporções. E ao entrelaçar a trama alienígena com um dos grandes acontecimentos da história da Humanidade, a chegada à Lua, o enredo se torna ainda mais interessante.
As cenas de ação intensa estão mais presentes do que nunca. A prova disso é que a hora final é uma enorme guerra cheia de robôs, veículos e prédios destruídos, disparos para todos os lados, pessoas correndo, e muito, mas muito barulho! Michael Bay ficou conhecido por esse tipo de cena, e ele parece não se incomodar em ser rotulado, porque dessa vez ele passou do ponto. As cenas são irretocáveis do ponto de vista técnico, mas acabaram ficando longas demais e exageradas, deixando o espectador até um pouco confuso com o desenrolar da história. Ora, o filme tem mais de 2 horas e meia, quando não necessitaria de mais de 2 horas para ser desenvolvido. É meia hora sobressalente de pura destruição. E chatice.
Mas esse é o único deslize do filme. De resto, ele muito divertido e empolgante, bem parecido com o primeiro. A parte cômica está bastante presente, sem exageros, e Shian LaBeouf está hilário como sempre, assim como John Turturro. Nesse ponto, deve-se destacar a contribuição da dublagem brasileira, dirigida pelo sempre competente Guilherme Briggs (dublador de Optimus Prime), que é um show à parte. Cheia de adaptações e gírias, mas sem errar na mão, as vozes brasileiras não prejudicam quem optou pela versão dublada. Além disso, destaque-se uma maior liberdade nessa dublagem, que além de incluir termos bem brasileiros, tem até palavrões (uau!), um verdadeiro tabu aqui no Brasil.
Os efeitos visuais estão mais uma vez impecáveis, e pode-se dizer que atingiram um nível mais elevado neste filme, que mostra muitas cenas complexas no espaço, além de batalhas cheias de destruição de proporções gigantescas. Basta que se mencione a cena da destruição do prédio por um Decepticon que penetra com seus tentáculos como se agarrasse o prédio por inteiro. Uma pequena falha ocorre no momento em que o presidente Kennedy aparece, no qual eles fazem uma montagem do rosto dele no corpo de outra pessoa, mas o resultado final acabou não ficando muito bom.
Em termos gerais, Transformers: O Lado Oculto da Lua um é filme muito bom e afastou aquele medo de que a franquia desandasse de vez depois do péssimo segundo filme. Só um alerta que deve ser feito caso haja a intenção de fazer mais filmes, é que o modelo usado nos três primeiros é muito parecido, e pode acabar saturando a plateia. Portanto, para continuar, Transformers tem que mudar. Para abrir uma nova trilogia, tem de surgir uma nova ideia, a história tem de tomar novos rumos. Tendo isso, nada pode frear essa saga, pois ela conta com ótimo apelo com o público e muitos recursos. Fiquemos atentos para ver até onde eles vão.