terça-feira, 14 de julho de 2009

Harry Potter e a Ordem da Fênix





Harry Potter e a Ordem da Fênix
Harry Potter and the Order of the Phoenix
Inglaterra/EUA - 138 min
Ação/Aventura/Suspense/Fantasia

Diretor: David Yates

Roteiro: Michael Goldenberg

Elenco: Daniel Radcliffe, Emma Watson, Rupert Grint, Michael Gambon, Robbie Coltrane, Gary Oldman, Ralph Fiennes, Alan Rickman, Imelda Staunton, Evanna Lynch, Emma Thompson, Katie Leung, John Isaacs, Tom Felton, Fiona Shaw, David Thewlis, Helena Bonham Carter

Marcando o fim do troca-troca de diretores na cinessérie, Harry Potter e a Ordem da Fênix mostra o quinto ano de Harry (Daniel Radcliffe) após ter descoberto que era um bruxo. O garoto é levado à julgamento para saber se será ou não expulso da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts por ter utilizado feitiços fora da escola e na presença de um trouxa. Fora isso, ele toma conhecimento da Ordem da Fênix, um grupo que combate Lord Voldemort (Ralph Fiennes) formado por bruxos, em sua maioria já conhecidos dele, e liderados por Dumbledore (Michael Gambon) e descobre que o Ministério da Magia está intervindo no ensino de Hogwarts para tentar conter os boatos de que o Lord das Trevas retornara.
O roteiro é assinado por Michael Goldenberg (Peter Pan), o único da série que não pertence a Steve Kloves (Harry Potter e o Cálice de Fogo) e, coincidência ou não, é o pior da série. São realizados muitos cortes da história original, mas quem dera esse fosse o maior problema. O pior é a essência do roteiro, o que há de mais básico nele: os diálogos. São várias frases interminadas, conversas sem o menor nexo, assuntos pela metade, como se você estivesse chegado no cinema na metade de uma cena e perdido o assunto. As explicações são vagas e um bom exemplo disso é uma sequência do clímax: a morte de Sirius Black (Gary Oldman) conseguiu ficar mais mal-explicada do que no livro, o que é muita coisa. O personagem é atingido por um avada kedavra, não morre na hora e é envolvido pelo véu. Outros feitiços que são mal utilizados pelo filmes são levicorpus (deveria ser um feitiço não-verbal que erguia a vítima pelos calcanhares desconhecido por quase todos), estupefaça (deveria lançar a vítima a uma certa distância e deixá-la desmaiada ou estuporada até que o contra-feitiço enervate fosse utilizado) e priori incantatem (ocorre somente entre duas varinhas irmãs, como a de Harry e Voldemort, mas no filme ele também ocorre entre este último e Dumbledore).
A parte visual do filme, apesar de melhor que o roteiro, não faz juz aos filmes anteriores. Os efeitos gráficos são parcialmente bons. Os seres animados como Grope, os testrálios e os centauros são típicos de animações realizadas totalmente em computação gráfica como A Lenda de Beowulf (Robert Zemeckis) e Resident Evil: Degeneração (Makoto Kamiya): apesar de ótimos, possuem grande contraste quando colocados junto a pessoas, no caso, os atores. Os outros efeitos gráficos se mantêm excelente, com algumas exceções.
A montagem do filme é bastante ruim. O problema é que o diretor David Yates (The Girl in the Café) parece adorar o uso da tela azul e abusa da técnica, o que torna o filme repleto de cenários falsos e que possuem essa caracterísitca bastante perceptível, por sua baixa qualidade. É possível ver até o reflexo azul no contorno dos atores, o que não faz muito sentido para um filme que teve o custo de 150 milhões de dólares (o grandioso Transformers custou 147 milhões). Já a fotografia é excelente, provavelemente a melhor da série até aqui. São ótimas tomadas marcadas por focar as reações de mais de um personagem a uma determianda situação. Os cenários também continuam maravilhosos, com destaque para o incrível Ministério da Magia. A Hogwarts se mantém a mesma desde o terceiro filme, com uma mudança neste filme: lembra do pêndulo que ficava à entrada do castelo? Agora ele fica no Salão Principal e, pasmem, ele desaparece em determiandas cenas (?!)
A atuação da série tem várias perdas e vários ganhos nesse filme. Daniel Radcliffe (O Alfaiate do Panamá) tem sua melhor atuação da série, muito boa eu diria, mas que poderia ser ainda melhor se este interpretasse o Harry nervoso e brigão descrito no livro. Em cenas em que Harry deveria chutar e quebrar coisas, ele fala calmamente. Em uma entrevista, Daniel disse que não via um Harry com raiva nessas passagens do livro. Detalhe: o personagem principal, durante essas passagens, quebra coisas, xinga, tem suas falas todas em letras maiúsculas e é descrito pela autora como furioso. Sem comentários.
Michael Gambon (A Profecia), intérprete do sábio Professor Dumbledore, continua muito bem no papel, mas com uma falha considerável. Ele faz um Dumbledore muito vulnerável, o que pode ser notado no épico duelo entre Dumbledore e Voldemort (uma ótima cena, por sinal), quando o professor demonstra medo ao enfrentar o Lord, o que não deveria acontecer. Dumbledore em nenhum momento sente dificuldade na luta, pelo contrário, permanece sereno como sempre, pois sabe que Voldemort não pode derrotá-lo, e isso fica bem claro na obra escrita por Rowling. Outras duas atuações que decaem são as de Rupert Grint (Lições da Vida) e Emma Watson (O Corajoso Ratinho Desperaux). Os fiéis amigos de Harry não parecem ter tanta importância, principalmente Rony, que não é mais tão característico como antes, mas a grande causa disso é o roteiro (tão mal-elaborado que chega a manter um personagem que não existe no original, Nigel, chegando a dar mais importância a ele do que a outros, sendo estes presentes nos livros).
Depois disso, a atuação do filme tem enormes ganhos como Imelda Staunton (Nanny McPhee - A Babá Encantada), que se torna a melhor atriz do filme ao interpretar Dolores Umbridge, e Helena Bonham Carter (O Exterminador do Futuro: A Salvação), que interpreta a prima de Sirius e que consegue passar perfeitamente para as telas a loucura que possui um Comensal da Morte e ex-prisioneiro de Azkaban.
No fim, pode-se concluir que Harry Potter e a Ordem da Fênix é, com certeza, o pior filme da série. Goldenberg escreveu um péssimo roteiro e, para o bem da série, não continuará nas próximas sequência, que terão o retorno de Steve Kloves. David Yates também não se saiu bem neste filme, mas volta nos outros três, com uma melhor equipe e maior fidelidade aos livros, espero. O mais incrível é que grande parte da crítica achou o filme ótimo e eu, sinceramente, não sei como. O problema é que têm falado o mesmo de Harry Potter e o Enigma do Príncipe, que estreia daqui há alguns minutos. Só espero que as opiniões nãos se oponham de novo.

2 comentários:

P disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
P disse...

adorei ..
parabéns...
www.cineblogcine.blogspot.com

 
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