domingo, 15 de fevereiro de 2009

Se Eu Fosse Você 2


Se Eu Fosse Você 2
Se Eu Fosse Você 2
Brasil, 2009 - 108 min
Comédia Romântica

Direção: Daniel Filho

Roteiro:
Renê Belmonte, Adriana Falcão, Euclyder Marinho

Elenco:
Tony Ramos, Glória Pires, Isabelle Drummond, Cassio Gabus Mendes, Chico Anysio, Bernardo Mendes, Marcos Paulo

O cinema nacional começa 2009 com a maior bilheteria de sua história! Se Eu Fosse Você 2 estreou no dia 2 de janeiro deste ano e já arrecadou cerca de 40 milhões de reais em sete semanas, mantendo-se em tempo integral no topo da bilheteria dos filmes exibidos nos cinemas brasileiros. Segundo o ator Tony Ramos (Se Eu Fosse Você), o filme ficará nos cinemas até pelo menos o final do mês de março.
O filme é a continuação do sucesso Se Eu Fosse Você de 2006, muito aclamado pelos brasileiros. A história é a seguinte: Cláudio (Tony Ramos) e Helena (Glória Pires) estão se separando quando descobrem que sua filha Bia (Isabelle Drummond), de 18 anos, está grávida e, durante este período, o casal troca de corpos mais uma vez e acaba descobrindo que Helena (ou Cláudio) também está esperando um filho. Os dois começam a enfrentar dificuldades ao tentarem se passar um pelo outro em algumas situações, como as reuniões para a realização do divórcio e o casamento de Bia.
O diretor Daniel Filho (Muito Gelo e Dois Dedos D´Água) realiza, mais uma vez, um ótimo trabalho como diretor. As cenas do filme são muito bem organizadas, bem explicadas, e têm uma ótima edição. Destaque também para os efeitos de câmera (como por exemplo, a cena em que Helena se olha no espelho e se vê como Cláudio). Toda a parte técnica do filme é muito boa, incluindo os efeitos visuais (cenas do elevador, do buquê e a cena em que Cláudio e Helena dançam enquanto todos ao redor ficam em câmera lenta).
Outro ponto a ser ressaltado é o que está relacionado ao elenco, que realiza um trabalho magnífico. No início da sessão, a impressão que tive foi a de que a graça do filme era somente Tony Ramos, que consegue se superar neste filme. Mas, depois de um tempo, a comédia dá mais espaço a Glória Pires (O Primo Basílio), que se mostra preparada para o papel, o que rende um filme inteiro de risadas contínuas vindas de todos os lados de uma sala lotada. Outros atores que se mostraram muito bem no filme foram Cassio Gabus Mendes (Batismo de Sangue), que interpreta Nelsinho, e Isabelle Drummond (Xuxa Popstar), que realiza seu primeiro trabalho cinematográfico de algum valor e que parece estar preparada para uma grande carreira (lembrando que Isabelle tem 14 anos e interpreta Bia, uma personagem de 18 anos, e que substitui sua grande amiga Lara Rodrigues neste papel). O filme também tem duas participações especiais de peso: Chico Anysio (Zorra Total), que interpreta Olavo, o pai de Olavinho (Bernardo Mendes) namorado de Bia, e Marcos Paulo (Valsa Para Bruno Stein).
A película inova, pois é uma das primeiras sequências brasileiras de roteiros originais, onde a continuação é facultativa, e com certeza é a que mais teve êxito. Não é qualquer um que consegue fazer uma ideia nova dar certo, e mesmo assim muitos críticos não gostaram nem um pouco do filme. E eu não sei porque. Mesmo que tivesse dado errado, o filme merecia um pouco de atenção pela sua inciativa corajosa. Tenho certeza que ele irá agradar a qualquer um que goste de comédias românticas. No final do filme, já nos créditos, é anunciada a continuação, que se chamaria Se Vôvô Fosse Vóvó. Acho que isso não é bom para uma série tão bem-sucedida até agora. Talvez não se deva arriscar tanto, pois desastres como o que aconteceu com a série Piratas do Caribe podem se repetir. Ou não. De qualquer forma, temos que esperar para ver.
Como já foi dito antes, Se Eu Fosse Você 2 já é a maior bilheteria nacional. O filme também já é a maior bilheteria de final-de-semana de estréia do cinema brasileiro, com 570 mil espectadores, batendo os 470 mil do filme Carandiru de 2003, do diretor Hector Babenco. Acredito que esses números possam ser apenas o início da retomada à elevação dos números de espectadores de filmes nacionais (que vem despencando desde o ano de 2004, mesmo com o aumento do número de produções cinematográficas brasileiras).
Recomendo o filme a todos, desde as crianças até os idosos. É um ótimo filme que merece seu reconhecimento pelos brasileiros. Se gosta de comédias românticas e vai ao cinema, esta com certeza é a sua melhor opção. Um pouco de nacionalismo não custa nada.


terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

O Curioso Caso de Benjamin Button


O Curioso Caso de Benjamin Button
The Curious Case of Benjamin Button
EUA, 2008 - 166 min
Drama

Direção: David Fincher
Roteiro: Eric Roth
Elenco: Brad Pitt, Cate Blanchett, Julia Ormond, Tilda Swinton, Faune A. Chambers, Elias Koteas, Donna DuPlantier, Jason Flemyng, Joeanna Sayler, Taraji P. Henson, Mahershalalhashbaz Ali, Fiona Hale

Todo ano nos deparamos com grandes favoritos ao Oscar. São filmes que foram bastante aclamados pela crítica e receberam o maior número de indicações. Alguns confirmam seu favoritismo, outros são surpreendidos pelos votos da Academia. Nesse ano de 2009, O Curioso Caso de Benjamin Button, do diretor David Fincher, é o favorito. O filme recebeu 13 indicações ao Oscar e vem sendo o grande sucesso de bilheteria nesse início de ano em todo o mundo. Baseado no conto homônimo lançado pelo escritor americano Francis Scott Fitzgerald em 1921, o filme mostra a história de Benjamin (Brad Pitt), que nasce com uma aparência envelhecida e, por isso, é abandonado pelo pai, pensando ser ele um monstro. Benjamin é criado em um lar para idosos e, ainda criança, apresenta a aparência de um idoso, o que faz com que todos pensem que ele não viveria muito tempo. É nessa época que ele conhece a garota Daisy (Cate Blanchett), que tem quase a mesma idade que ele, e que será o grande amor de sua vida. Eles ficam muito amigos, apesar de Daisy ser uma garotinha e Benjamin ter a aparência de um velho. Entretanto, à medida que o tempo passa, Benjamin vai rejuvenescendo. E, durante o filme, ele vai passando por vários lugares, vivendo aventuras, tendo seus encontros e desencontros com Daisy, e ficando cada vez mais jovem.
Minha primeira impressão sobre o filme é de que, se eu não soubesse, não diria que ele é um favorito a Oscar. Não que o filme não tenha qualidade para isso. É só que ele não tem muito a cara de um favorito a Oscar. Por que eu digo isso? Basta analisar as premiações dos últimos anos e encontraremos um perfil delineado da preferência da Academia. Filmes fortes, de drama intenso, como Onde os Fracos Não Têm Vez, Sangue Negro, Crash - No Limite, O Segredo de Brokeback Mountain, Menina de Ouro, Uma Mente Brilhante, têm se dado melhor ultimamente. O Curioso Caso de Benjamin Button tem sua parcela de drama também. Mas é mais do que isso. Há uma boa dose de comédia e romance, além da fantasia que envolve toda a história. No entanto, é necessário que se faça uma ressalva. Apesar de não ter a cara dos recentes premiados no Oscar, o filme lembra muito outro grande vencedor da década de 90: Forrest Gump - O Contador de Histórias. E não é só o nome próprio no título. Ambos os filmes têm suas histórias narradas pelos personagens principais, cada qual com seu drama particular, algo que os torna diferente de todos os outros e que os deixa isolados do resto das pessoas. Ambos passam por grandes aventuras em suas andanças pelo mundo, vivendo encontros e desencontros com as mulheres que amam. Como se não bastasse, os dois filmes receberam 13 indicações ao Oscar, sendo 7 delas idênticas: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator, Melhor Direção de Arte, Melhor Fotografia, Melhor Maquiagem, Melhor Roteiro Adaptado.
David Fincher repete a parceria de sucesso com Brad Pitt, a qual já tinha trazido bons frutos, como Se7en- Os Sete Pecados Capitais e Clube da Luta. O diretor, que fez muitos clipes musicais, chega provavelmente à obra-prima de sua carreira com Benjamin Button, após dirigir alguns filmes interessantes, como O Quarto do Pânico e Zodíaco.
Mas não tem jeito, o que mais atrai as pessoas ao cinema é o poder midiático dos protagonistas. Sendo um pouco mais restritivo, é o Brad Pitt. Não importa quantos prêmios um filme tenha recebido, nada ganha da força de atração que uma estrela de Hollywood exerce sobre as pessoas. E Brad Pitt é o melhor exemplo disso. Eu nunca gostei muito dele. Dava para ver que ele tinha talento, mas que poderia explorá-lo mais e atingir um nível mais alto se fizesse papéis que exigissem mais dele. Ele acabou virando apenas um símbolo, um chamariz usado para atrair espectadores para os filmes. Era mais celebridade e menos ator. Isso é perceptível em filmes como Onze Homens e Um Segredo e suas seqüências, Sr. e Sra. Smith e, principalmente, Tróia. Ele é só caras e bocas. Só pose. São filmes divertidos? São. São bons filmes? Alguns sim. Ele atua mal? Não, mas para quem tem talento é muito pouco. E parece que ele percebeu isso e amadureceu nesses últimos anos. Tanto é que vem fazendo papéis que exigem mais dele em filmes de estilo diferente dos que ele vinha fazendo, como Babel, O Assassinato de Jesse James pelo covarde Robert Ford e o próprio Benjamin Button. Nesses filmes, ele tem explorado mais a sua atuação, sua capacidade como ator, e agora já vira uma presença constante nas premiações (não mais apenas como convidado, agora como indicado). Como Benjamin Button, ele não é ele mesmo. Fica difícil reconhecê-lo debaixo de toda aquela maquiagem, o que, confesso, me ajudou a deixar de lado um pouco do preconceito que eu tinha com ele. Mas a verdade é que o papel é bem complicado, mas ele tirou de letra. É um personagem divertido, cativante, que prende você, fazendo com que você vá aprendendo junto com ele e vivendo esse paradoxo de envelhecer e rejuvenescer. Apesar de ter de fazer desde um velhinho (com direito a uma vozinha muito engraçada) até um Brad Pitt adolescente (que mais parece com ele na época de Sete Anos no Tibet), sua atuação é impecável. Eu nunca apostaria nele tão bem nesse papel, mas está, e merecidamente concorre ao Oscar de Melhor Ator.
Não podemos esquecer, também, da talentosíssima Cate Blanchett, que volta a contracenar com Brad Pitt, assim como em Babel. Sem dúvida, ela é uma das melhores atrizes da atualidade. Faz parte de uma rica geração de atores e atrizes australianos, ao lado de nomes como Nicole Kidman, Hugh Jackman, Russel Crowe e Heath Ledger. Vencedora do Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por O Aviador e presença constante nas últimas premiações, dessa vez ela ficou de fora. Mas poderia muito bem estar na lista de Melhor Atriz ou até Melhor Atriz Coadjuvante, já que esteve ótima no papel de Daisy. Mas talvez sua ausência seja graças à grande concorrência desse ano. Vale lembrar que nomes de peso como Anne Hathaway, Angelina Jolie, Meryl Streep e Kate Winslet estão na lista.
No entanto, o grande destaque do filme é a maquiagem. Me arrisco a dizer que é a melhor maquiagem que eu já vi em um filme. Simplesmente impressionante como eles transformaram Brad Pitt em um velhinho caquético. Mas a melhor maquiagem do filme é a de Cate Blanchett. Logo no início do filme, você se depara com uma velha muito doente, em uma cama de hospital, mal abrindo os olhos. Você nota que conhece aquela velhinha de algum lugar. Depois de um tempo de análise e reflexão, você realiza: "Cara! É a Cate Blanchett! Como é que eles fizeram isso?! Tá muito real!".
Outro destaque são os efeitos visuais. Afinal, não é todo dia que você vê a cabeça do Brad Pitt num corpinho minúsculo e franzino. Ou um Brad Pitt perfeitamente trazido de volta à adolescência. Além disso, figurino, fotografia e a direção de arte são pontos fortes, que ajudaram a dar ao filme o clima ideal, proporcionando belíssimas imagens.
O Curioso Caso de Benjamin Button concorre ao Oscar nas categorias: Melhor Filme, Melhor Diretor (David Fincher), Melhor Ator (Brad Pitt), Melhor Atriz Coadjuvante (Taraji P. Henson), Melhor Direção de Arte (Donald Graham Burt e Victor L. Zolfo), Melhor Fotografia (Claudio Miranda), Melhor Figurino (Jacqueline West), Melhor Edição (Kirk Baxter e Angus Wall), Melhor Maquiagem (Greg Cannom), Melhor Trilha Sonora Original (Alexandre Desplat), Melhor Mixagem de Som (David Parker, Michael Semanick, Ren Klyce e Mark Weingarten), Melhores Efeitos Visuais (Eric Barba, Steve Preeg, Burt Dalton e Craig Barron) e (ufa!) Melhor Roteiro Adaptado (Eric Roth). Apesar de ser o favorito, não acho que o filme chegará a ganhar 11 Oscars como Ben-Hur, Titanic e O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei, pois tem um grande concorrente, o filme Quem Quer Ser um Milhonário?, que recebeu 10 indicações e foi o grande vencedor do Globo de Ouro, vencendo em 4 categorias. Tudo o que sabemos é que briga vai ser boa. É esperar pra ver.

 
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