sexta-feira, 19 de março de 2010

Sherlock Holmes



Sherlock Holmes
Sherlock Holmes
EUA/Inglaterra, 2010 - 128 min
Ação/Aventura/Mistério/Policial

Direção: Guy Ritchie

Roteiro: Michael Robert Johnson, Anthony Peckham, Simon Kinberg

Produção: Lionel Wigran, Susan Downey, Joel Silver, Dan Lin

Elenco: Robert Downey Jr., Jude Law, Rachel McAdams, Mark Strong, Eddie Marsan, Kelly Reilly

Seguindo a forte tendência atual das adaptações cinematográficas modernizadas de livros, quadrinhos, séries e até mesmo de obras cinematográficas, chega aos cinemas Sherlock Holmes.
Na história, quando Lorde Blackwood (Mark Strong) ressuscita depois de ter sido condenado à morte devido aos seus rituais satanistas e de magia negra, o detetive Sherlock Holmes (Robert Downey Jr.) e seu fiel amigo Dr. Watson (Jude Law) assumem o caso, o último da parceria, por decisão de Watson. Além de ter de salvar a Inglaterra dos planos de Blackwood, Holmes recebe a visita inusitada de uma antiga rival, Irene Adler (Rachel McAdams).
Como já disse, o filme é bastante moderno, apesar de se passar no século XIX, o que não obrigatoriamente é ruim. O problema é que o roteiro se preocupa tanto em se diferenciar de tudo que já se viu de Sherlock Holmes que acaba exagerando e esquecendo o enredo, os diálogos, o roteiro de uma forma geral. São várias as conversações desnecessárias, cenas totalmente dispensáveis e piadas forçadas.
Quanto as piadas, existem algumas muito boas, mas não espere muitas mais do que as que se vê nos trailers. Fora isso, são tantas cenas de ação, recheadas de grandes explosões e destruições, que muitos podem confundir com algum filme de Jason Statham.
O enredo tem um bom argumento, mas que quando desenvolvido deixa muitas pontas da história soltas, fora que Guy Ritchie (Rockn'Rolla - A Grande Roubada) não pareceu ligar muito para o desenrolar da história. Ele só queria modernizar. Descaracterizar, na minha opinião.
Descaracterizar, pois não vemos Holmes nem muito menos Watson nas telas. Tudo bem que Sherlock é ótimo boxeador, mas isso não significa que ele vá passar a película quase inteira batendo em capangas. Dr. Watson se torna a dupla do detetive nas brigas e o amigo fiel que aguenta as loucuras do outro. Não é preciso muito para notar o quanto isso lembra outros dois personagens, Tony Stark e James Rhodes, sendo estes da outra franquia de sucesso de Robert Downey Jr. (Zodíaco), o grande sucesso Homem de Ferro.
A modernização está presente em muitos aspectos, inclusive na fotografia escurecida, que dá um aspecto sombrio e industrial à cidade de Londres. Em compensação, há momentos em que não se consegue entender o que está acontecendo em cena, devido à excessiva falta de luz Os efeitos visuais são medianos, bem ao estilo Harry Potter e a Ordem da Fênix.
O elenco tem vários nomes já marcantes, mas de uma geração nova. Robert Downey Jr. faz um personagem ao qual já está acostumado a interpretar, com exceção do sotaque, em filmes como Zodíaco e Homem de Ferro, como já foi dito antes. A atuação de Jude Law mal pode ser analisada, pois Dr. Watson se torna, neste filme, um personagem bem "feijão-com-arroz". Mark Strong faz um vilão muito fraco, não por não ser um bom intérprete, mas sim por Blackwood ir perdendo seu caráter intimidador, fora que as explicações para seus atos e para como conseguiu realizá-los são vagas e forçadas. Talvez a personagem mais relevante seja Irene, interpretada pela ótima atriz Rachel McAdams (Voo Noturno), que é responsável pela maioria das poucas situações realmente engraçadas do filme.
Apesar de todos os defeitos, Sherlock Holmes atingiu a sua meta: ganhar dinheiro. O filme arrecadou, só nos EUA, mais de 200 milhões de dólares, tendo gasto apenas 90 milhões de dólares. Somente na estreia, que aconteceu no dia de Natal do ano passado, o filme de Guy Ritchie faturou 25 milhões de dólares (cerca de 44 milhões de reais).
Falho por toda a sua ganância, a mais nova aventura de Holmes apresenta apenas dois aspectos positivos: a possibilidade de se ver dentro da mente de Sherlock e uma boa deixa para uma sequência, o que não chega nem perto de compensar todo o resto.
Pagar para assistir Sherlock Holmes só não é uma total perda de dinheiro e tempo devido ao seu pouquíssimo, mas existente, quesito diversão.

 
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