quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Up - Altas Aventuras


Up - Altas Aventuras

Up
EUA, 2009 - 96 min
Aventura / Animação

Direção:
Pete Docter, Bob Peterson

Roteiro:
Pete Docter, Bob Peterson, Thomas McCarthy

Elenco (EUA/BRA):
Edward Asner/Chico Anysio, Christopher Plummer/Jomery Pozzolli, Jordan Nagai/Eduardo Drummond, Bob Peterson/Nizo Neto

É muito comum nos depararmos com aquelas pessoas que vão assistir um filme já determinadas a não gostar dele, seja porque ouviram falar que ele é ruim, ou porque simplesmente não vão com a cara. Passam a reclamar de cada detalhe e achar mil e um defeitos. Pois bem, tive a oportunidade de descobrir que o inverso também é terrível: aqueles que vão ao cinema já decididos de que o filme é engraçadíssimo e riem desde os trailers até os créditos finais. Essa epifania dentro da crítica é dedicada aos rapazes que se sentaram na fileira atrás de mim, e que fizeram questão não só de rir, mas de gargalhar histericamente o tempo todo, a cada simples acontecimento do filme (ou fora dele).
Enfim, vamos ao que interessa. Apesar do que possa ter transparecido do parágrafo acima, Up é, sim, um filme engraçadíssimo, um dos mais engraçados do ano. Roteirista de grandes sucessos da Pixar, como Wall-E e Monstros S.A. (do qual foi também diretor), tendo também contribuído nos dois Toy Story, Pete Docter é o diretor. O filme conta a história de Carl Fredricksen (Edward Asner/Chico Anysio), um vendedor de balões que, ao se ver perto de perder sua casa, decide fazê-la levantar vôo utilizando-se de milhares de balões e, assim realizar um antigo sonho seu e de sua falecida mulher, Ellie: mudar-se para o Paraíso das Cachoeiras, um lugar localizado em uma floresta na América do Sul. Nessa jornada, ele contará com a ajuda do jovem escoteiro Russell (Bob Peterson/Nizo Neto), e encontrará criaturas esquisitas, inclusive cachorros falantes.
Esse enredo é sem dúvida um dos mais atípicos já vistos em filmes da Pixar. O curioso é que deu muito certo, mais até que outros não tão incomuns, como A Família do Futuro. Já foi dito que filme é muito divertido, mas o que o torna realmente especial é a singularidade da história que é mostrada. É algo original ao extremo, fruto de uma imaginação riquíssima. Para esse tipo de filme, há duas possibilidades: ou eles viram clássicos inimitáveis, graças ao enredo rico e único; ou eles são assolados duramente pela crítica, porque seus roteiristas "viajaram na maionese". Up se encaixa na primeira. Animações engraçadinhas temos aos montes; o que se busca hoje é o diferencial: a originalidade.
A qualidade da animação está, mais uma vez, impecável, o que é requisito mínimo hoje em dia. Os personagens são caricatos, baixinhos e cabeçudos, e o colorido é intenso durante todo o filme. Vale lembrar que esse é apenas o segundo longa-metragem da Pixar protagonizado por personagens humanos. O primeiro foi Os Incríveis. Destaque também para a qualidade dos ambientes, especialmente os das florestas sulamericanas, que tiveram como referência, inclusive, o Monte Roraima, na fronteira entre Brasil, Venezuela e Guiana.
Tratando-se de Disney, a dublagem é sempre ponto forte. Ainda mais a brasileira, reconhecidamente uma das melhores do mundo. O filme conta com a especialíssima participação do grande Chico Anysio. Confesso ter ficado até mesmo surpreso ao ver como a voz dele se encaixou perfeitamente no personagem (que é a cara dele!), mas em se tratando do talentosíssimo Chico Anysio, nada mais deve ser surpresa. Nesse filme, ele teve a oportunidade de dublar junto com seu filho, Nizo Neto (Russel), pela primeira vez.
Mais uma vez o talento e a criatividade da equipe de John Lasseter enchem os olhos do mundo, tornando Up - Altas Aventuras um dos melhores trabalhos da Disney/Pixar. Começo até mesmo a ponderar se não eram justas as gargalhadas escandalosas dos rapazes da fileira de trás.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Os Normais 2



Os Normais 2
Os Normais 2
Brasil, 2009 - 75 min
Comédia

Direção: José Alvarenga Jr.

Roteiro: Fernanda Young, Alexandre Machado

Elenco: Luís Fernando Guimarães, Fernanda Torres, Drica Moraes, Claudia Raia, Alinne Moraes, Daniel Dantas, Daniele Suzuki

Quase seis anos após o lançamento de Os Normais - O Filme (José Alvarenga Jr.), chega aos cinemas Os Normais 2 - A Noite Mais Maluca de Todas, de mesmo diretor que o anterior.
A história é bastante simples: a relação dos noivos Rui (Luís Fernando Guimarães) e Vani (Fernanda Torres) está cada vez mais desgastada, até que o casal decide encontrar uma mulher que esteja disposta a fazer um menáge à trois, afim de apimentar a relação. A partir disso começam a surgir diversas situações típicas da dupla.
Um enredo tão centralizado num único núcleo, tão linear não poderia gerar um filme maior do que esse. E a duração da exibição é uma característica que chega a desencorajar a assisti-la. São apenas uma hora e quinze minutos de duração. Apesar disso, o filme contém cenas hilariantes e muito bem montadas, como a do hospital. Outra sequência que chama bastante atenção é a do banheiro, onde Vani faz um gráfico no espelho do banheiro feminino usando batom após uma breve discussão com outras mulheres sobre relacionamento. Além de muito original, a cena se desenrola muito bem.
Se o roteiro tem muitos contra, mas também prós, não se pode queixar em nada quanto a atuação neste filme. Uma das vantagens da grande maioria das médias e grandes produções brasileiras, pois costumam possuir grande atores até em pequenas aparições. Luís Fernando Guimarães (O que é isso, companheiro?) e Fernanda Torres (Redentor) estão, como sempre, perfeitos. O desenrolar dos diálogos sempre muito naturais, uma das excelentes características da série original. Há uma química muito boa entre os dois. Também estão excelentes os atores secundários que têm, em sua maioria, personagens passageiros no enredo.
A produção do filme é muito boa: diálogos, atores, edição, locações, entre outros. Mas falta história para que possa se considerar um filme. Ao contrário do primeiro filme, este não tem tanto conteúdo, são apenas cenas engraçadas condensadas num enredo meia-boca para o cinema.
A produção se sairia bem melhor como um especial televisivo, em todos os seus aspectos: desde o enredo até seu tempo de duração. Faltou foco por partes de José Alvarenga e Fernanda Young. Vale a pena conferir, mas não se incomode em esperar chegar às locadoras.

 
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