terça-feira, 6 de julho de 2010

Fúria de Titãs



Fúria de Titãs

Clash of the Titans
EUA/Inglaterra, 2010 - 106 min
Ação / Aventura / Fantasia / Épico

Direção: Louis Leterrier

Roteiro: Matt Manfredi, Travis Beacham, Phil Hay

Produção: Kevin De La Noy, Basil Iwanyk

Elenco: Sam Worthington, Liam Neeson, Ralph Fiennes, Mads Mikkelsen, Izabella Miko, Jason Flemyng, Hans Matheson, Vincent Regan, Gemma Arterton, Alexa Davalos

Quanto mais o tempo passa maior é o número de astros do cinema que são criados, principalmente aqueles classificados como "caras da ação", ou algo do tipo. Só que agora eles fazem menos sucesso que antigamente. Nas décadas de 80 e 90 nós tínhamos Silvester Stallone (Rambo e Rocky), Jean-Claude Van Damme (Soldado Universal e O Grande Dragão Branco), Arnold Schwarzenegger (O Exterminador do Futuro e Conan, o Bárbaro), entre muitos outros, e todos nós sabíamos quem eram. Já os novos atores dos filmes de ação não têm seus nomes tão lembrados quanto os primeiros, mas ainda assim são identificados pelo público como "aquele que fez 300" ou "aquele que fez Carga Explosiva", por exemplo. Dentre eles está Sam Worthington, aquele que fez Avatar,o grande astro do nosso filme em questão, Fúria de Titãs.
O longa é um remake do filme homônimo de 1981 e segue a mesma linha da história original. Worthington (O Exterminador do Futuro: A Salvação) intepreta o pescador Perseu que, após a morte de sua família por Hades (Ralph Fiennes), descobre ser, na verdade, um semideus filho de Zeus (Liam Neeson). Com a rebeldia dos homens para com os deuses, Zeus decide castigar os humanos através da destruição causada pelo monstro Kraken e Perseu é o escolhido para detê-lo.
E a graça da história acaba aí. Não há nenhuma surpresa ou momento um pouco mais emocionante que o todo, pois até mesmo o clímax do filme é muito sem graça. São cenas corridas demais, lutas rápidas e confusas, devido à fotografia mal-elaborada, e, quando entendíveis são óbvias demais, assim como toda a história. Fora isso, nenhum personagem nos é apresentado direito, o que faz com que todos sejam coadjuvantes (bem ao estilo Transformers: A Vingança dos Derrotados), até mesmo o próprio Perseu, que a cada cinco falas tem quatro frases de efeito ditas e Zeus, o rei do Olimpo, que cai nas pegadinhas maléficas de seu irmão Hades, senhor do submundo, que subestimam a inteligência de qualquer um.
O elenco, apesar dos grandes nomes, peca (e muito) na atuação. Começa com Sam Worthington, que não parece ser o mesmo ator que interpretou tão bem o ciborgue Marcus Wright e satisfatoriamente o fuzileiro Jake Sully. A falta de naturalidade nas falas e nas expressões, fora o personagem fraco, são as principais características do ator nesse filme. Quem também decepciona é Liam Neeson (Busca Implacável), intérprete de um Zeus não muito inteligente e bastante contraditório, o que acaba com todo o poder que o deus grego tem na mitologia. Os únicos dois atores que se salvam são Ralph Fiennes (Harry Potter e a Ordem da Fênix), que interpreta Hades, e Mads Mikkelsen (007 - Cassino Royale), na pele do mal-encarado Draco, mas ainda assim nada demais, principalmente para atores tão bons como eles. Em resumo, a produção parece ter tido uma péssima direção de atores, pois, mesmo com grandes nomes no elenco, não conseguiu nem chegar perto do que se esperava.
Como todo filme de mitologia, Fúria de Titãs necessita de bastantes efeitos especiais, desde a maquiagem até a computação gráfica. Nesse aspecto, é ponto para a equipe, pois as ambientações são maravilhosas e grande parte é natural. Outra parte é construída, mesmo que seja para ser destruída por monstros computadorizados em questão de segundos. Esta nova tendência dos cineastas - de fazer ou construir tudo aquilo que pode ser feito e usar a computação em último caso - foi seguida à risca por Leterrier (Carga Explosiva) e sua equipe de produção. O problema é quando a computação gráfica se faz necessária. Apesar de bons efeitos, é notório o contraste entre real e computação gráfica, pois os seres mitológicos criados por computador tem uma textura um pouco puxada para os desenhos, como acontece em Harry Potter e a Ordem da Fênix e Sherlock Holmes. Nas cenas de batalha com a Medusa e com o Kraken essa falha - ou estilização, não se sabe - fica bem clara.
Entediante, Fúria de Titãs é o tipo de filme que, passados os primeiros dois minutos de exibição, o espectador já sabe como vai ser o desenvolvimento e a conclusão da trama. É difícil de acreditar que o diretor desse filme é Louis Leterrier, o mesmo que dirigiu os excelentes Carga Explosiva e O Incrível Hulk, os dois com ótimos efeitos especiais, sequências de ação bastante criativas e enredos envolventes. Com a provável realização de uma continuação, resta pedir aos deuses que o segundo filme seja muito bom ou nem saia do papel.

 
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