terça-feira, 16 de dezembro de 2008

007 - Quantum of Solace


007 - Quantum of Solace

Quantum of Solace
EUA, 2008 - 106 min
Aventura / Ação

Direção:
Marc Forster
Roteiro: Paul Haggis, Neal Purvis, Robert Wade
Elenco: Daniel Craig, Mathieu Amalric, Olga Kurylenko, Judi Dench, Giancarlo Giannini, Gemma Arterton, Jeffrey Wright

Confesso, logo de início, que não sou um especialista em 007. Não assisti nem um quarto dos 22 filmes da série. Mesmo assim, já sou um grande fã da nova série que surgiu com CassinoRoyale. A partir daí, podemos dizer que a série se reciclou, se atualizou. Ela alcançou os filmes de ação que são produzidos atualmente, em todos os aspectos, mas principalmente no que diz respeito ao fato de exigir mais do protagonista. Mas disso falaremos mais adiante. Vamos ao filme em questão.
Quantum of Solace segue a deixa de Cassino Royale e nos mostra o agente James Bond (Daniel Craig) em uma espécie de conflito íntimo. Isso porque após ser traído pela mulher que amava, Vesper (Eva Green), ele tenta não transformar sua próxima missão em assunto pessoal. Buscando encontrar os responsáveis pela traição de Vesper, Bond acaba conhecendo Camille (Olga Kurylenko), uma mulher que também se encontra movida pela vingança. A partir dela, Bond chega ao empresário Dominic Greene (Mathieu Amalric), membro de uma misteriosa organização. Ele planeja um golpe de Estado na Bolívia para assumir o controle do abastecimento de água e Bond tem de impedi-lo.
O filme é ação desde o primeiro instante até o último. Literalmente. Logo no início, você já dá de cara com uma perseguição automobilística incrível. Para conseguir o efeito desejado e levar os espectadores à loucura nessas cenas, o filme conta com excelentes efeitos sonoros, seguindo o exemplo de vários outros filmes de ação, como os da trilogia de Jason Bourne. O Ultimato Bourne, por exemplo ganhou os Oscars de melhor mixagem de som e melhor edição de som este ano. Quem sabe Quantum of Solace não ganha em 2009? Além do som, a fotografia do filme é também um destaque. É, por sinal, uma das melhorias trazidas para a série a partir de CassinoRoyale. Não podemos deixar de falar, também, da edição do filme. São seqüências muito rápidas, o que é quase um pré-requisito para um filme como esse. Mas a verdade é que o filme não dá tempo para o espectador respirar. Bond não pára. E talvez por isso o filme tenha sido o mais curto de toda a série com 106 minutos, o que ocasionou uma espécie de preconceito por parte de alguns críticos. Mas não se engane, o filme tem muito conteúdo. E com a velocidade com que os acontecimentos vão se passando, às vezes fica difícil acompanhar a história. Mas, afinal, é um filme de espionagem, e por sua natureza tem esses detalhes, planos dominadores, jogos de interesse, etc. Por isso, para aqueles que querem entender cada pequeno detalhe, é só esperar o lançamento do DVD para você poder voltar quantas vezes quiser.
Como não podia deixar de ser, um dos destaques do filme é o intérprete de James Bond. Daniel Craig reforça nesse filme o que já havia mostrado no filme anterior: sua entrega ao personagem. Ele leva isso muito a sério. Tão a sério que ele sofreu vários acidentes durante as filmagens, sendo uma vez levado com urgência ao hospital. Craig é muito talentoso e já mostrou que não é ator apenas de filmes de ação. Podemos perceber isso no filme Confidencial, em que ele interpreta um criminoso que se envolve com o escritor Truman Capote. Daniel Craig mostrou-se à altura do tradicional papel de James Bond, e tem trazido ao personagem uma nova abordagem, um pouco mais humana eu diria, o que se encaixa perfeitamente na nova série. Eu nunca gostei muito dos filmes da era Pierce Brosnan. Não me sentia estimulado a assisti-los e eles traziam às vezes alguns efeitos desnecessário, um certo exagero até mesmo para um filme de 007. Já essa nova série me parece bem mais atrativa e empolgante, trazendo para a telona um novo James Bond. Ainda é ele, mas um pouco diferente.
Quantum of Solace é , sim, um bom filme. Quem gosta de ação, carros velozes, tramas de espionagem, explosões, etc. não vai ter do que se queixar. Porém, sou da opinião de que CassinoRoyale é melhor, possui uma história mais envolvente, é um mais completo. Mas Quantum of Solace conseguiu o que se esperava dele: ser uma boa continuação. Isso, como sabemos, é um desafio e tanto. Além disso, conseguiu provar, assim como o fez Cassino Royale, que, mesmo apesar de mais de quatro décadas, Bond continua e vivo e seu poço criativo ainda não se esgotou: ainda podemos esperar muito dele no futuro.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Tempo de Despertar


Tempo de Despertar (Awakenings)

EUA, 1990
Drama - 121 min

Direção: Penny Marshall
Roteiro: Steven Zaillian, baseado no livro de Oliver Sacks
Elenco: Robert De Niro, Robin Williams, Julie Kavner, Ruth Nelson, John Heard, Penelope Ann Miller, Alice Drummond

Atendendo a pedidos, aqui estamos postando uma crítica deste belo e emocionante filme. Tempo de Despertar baseia-se no livro de mesmo nome escrito pelo neurologista britânico Oliver Sacks. O livro é como uma autobiografia de Sacks, tratando de sua experiência como neurologista e contando casos de pacientes seus, assim como vários outros livros do autor, que se tornaram best-sellers. No filme, Sacks corresponderia ao personagem Malcolm Sayer, interpretado por Robin Williams. Malcolm Sayer, assim como Oliver Sacks, é neurologista, e vai trabalhar em um hospital psiquiátrico, onde encontra vários pacientes com sintomas semelhantes, supostamente catatônicos. Ele, no entanto, suspeita que esses pacientes estão apenas em estado de "adormecimento" e que, se medicados corretamente, podem despertar. Ao pesquisar sobre o assunto, ele acaba encontrando uma droga comumente usada para pacientes com Mal de Parkinson, a L-DOPA, e pede ao hospital autorização para testar a droga em um dos pacientes "adormecidos", Leonard Lowe, interpretado por Robert De Niro. O tratamento traz resultados e a droga passa a ser utilizada pelos outros pacientes com os mesmos sintomas. No entanto, Leonard começa a apresentar efeitos colaterais, e o doutor Sayer se vê diante do desafio de encontrar a dose certa da droga e dar aos seus pacientes uma cura permanente.
O filme nos chama a atenção logo de cara pelo seu tema. É incrível imaginar que uma pessoa, após décadas "desligada" do mundo, volte à realidade, a uma nova realidade totalmente diferente da sua. Marcante é a cena em que Lucy Fishman (Alice Drummond), após acordar depois de várias décadas de inconsciência, diz à enfermeira Eleanor Costello (Julie Kavner): "Eu não consigo me imaginar com mais de 22 anos".
Um filme como esse, que objetiva passar aos espectadores toda a emoção que a história proporciona, necessita de um elenco gabaritado. E é esse o ponto alto do filme, que tem seu elenco liderado por dois monstros de Hollywood: Robin Williams e Robert De Niro. Antes do início das filmagens, eles assistiram a vários vídeos de pacientes do Dr. Oliver Sacks, além de visitar várias vezes o hospital em que ele trabalhava para observar os pacientes. Robin Williams deixa de lado sua veia humorística e traz para o personagem toda a sua carga emotiva e o seu já comprovado talento. Ele interpreta o solitário Malcolm Sayer, um médico formado, mas sem muita experiência clínica. Mesmo assim, ele encara essa nova experiência de frente. Ao contrário de todos os outros médicos do hospital, acomodados e desacreditados dos pacientes, o Dr. Sayer busca novas soluções para problemas aparentemente irreversíveis, passando por cima de críticas e gozações. Ele é um médico realmente mais preocupado com seus pacientes do que com qualquer outra coisa, ultrapassando a relação médico-paciente, o que fica claro quando vemos a amizade que se forma entre ele e Leonard Lowe. Este é interpretado por Robert De Niro, que é o grande destaque do filme. Leonard passou um longo tempo adormecido e é o primeiro paciente do Dr. Sayer a despertar. De Niro, com sua espetacular capacidade e seu reconhecido perfeccionismo, encarna esse difícil personagem com maestria. Ele é incrivelmente verossímil ao interpretar os tiques do personagem. Isso nos mostra sua enorme capacidade de observação e sua dedicação ao personagem, o que também pode ser visto em Touro Indomável, em que teve de engordar 27 quilos e aprender a lutar boxe para interpretar o personagem Jake LaMotta, e em New York, New York, em que aprendeu a tocar saxofone. Seu talento lhe rendeu 5 indicações ao Oscar de Melhor Ator, inclusive por Tempo de Despertar, tendo ganho um por Touro Indomável, além de um Oscar de Melhor Ator Coadjuvante por O Poderoso Chefão: Parte II e vários outros prêmios.
Uma curiosidade é que em uma das cenas Robin Williams acidentalmente quebrou o nariz de De Niro com o cotovelo. O engraçado é que, tempos depois, De Niro disse que seu nariz já havia sido quebrado antes, mas na direção oposta, e que este acidente havia colocado seu nariz de volta ao lugar certo.
Tempo de Despertar recebeu três indicações ao Oscar: Melhor Filme, Melhor Ator (Robert De Niro) e Melhor Roteiro Adaptado. Além disso, Robin Williams concorreu ao Globo de Ouro de Melhor Ator - Drama. É um filme muito bonito e tocante, fruto de uma história com potencial transformada em um bom roteiro e de atuações memoráveis de dois atores magníficos. O filme é rápido, não perde tempo com cenas desnecessárias à essência da história e não aborrece o espectador. Além de sua história emocionante, é realmente interessante de assistir, pois mesmo quem não é muito chegado à medicina fica curioso para entender o "milagre" de que o filme trata, o que se torna mais intenso quando sabemos que se trata de uma história real. Por isso, indico esse filme a todos que gostam do bom cinema, mas advirto, desde já, àqueles que têm tendência a se emocionar, que tenham consigo um bom estoque de lenços de papel. Vão precisar.

domingo, 23 de novembro de 2008

O Invisível


O Invisível
The Invisible
EUA, 2007-97 min
Drama / Thriller

Direção: David S. Goyer

Roteiro: Mick Davis, Christine Roum e Mats Wahl


Elenco: Justin Chatwin, Margarita Levieva, Mark Houghton, Michelle Harrison, Chris Marquette e Marcia Gay Harden.

Você adora filmes que tratam do sobrenatural, de vida após a morte ou derivados? É fã de O Sexto Sentido? Se a resposta for sim, vai gostar de O Invisível. O filme, como diz o cartaz, mostra o que pode existir entre a vida e a morte, entre a passagem de um para outro. E este tema é abordado através da história de Nick (Justin Chatwin, Guerra dos Mundos e futuro Goku em Dragonball), um adolescente brilhante que tem seu futuro determinado por sua mãe (Marcia Gay Harden, vencedora do Oscar de melhor atriz coadjuvante do ano de 2000 por Pollock). Esta lhe apresenta à sociedade como sendo um garoto perfeito mas, o que ninguém sabe é que, Nick vende trabalhos por encomenda no colégio, e não suporta mais a idéia de estar predestinado a algo que não lhe agrada.
O problema é que Nick é confundido com outra pessoa e Annie (Margarita Levieva, da série Law & Order), colega problemática de Nick, espanca o garoto até dá-lo como morto e junto com Pete (Chris Marquette, Show de Vizinha), melhor amigo de Nick, e outros garotos, esconde o corpo. Nick agora se encontra no Limbo e ao descobrir que não está morto, mas que estará em pouco tempo, começa uma corrida desesperada para que seus conhecidos vivos encontrem seu corpo e o salvem, mesmo que eles não consigam ouvir nem ver Nick.
A idéia principal do filme é bastante interessante: contar a história de dois jovens totalmente diferentes mas que tem em comum a invisibilidade para com os outros. Um é Nick, que está entre a vida e a morte, fora de seu corpo, que procura ajuda mesmo sem niguém com quem consiga se comunicar. A outra é Annie, que não é vista pela sociedade pois é uma adolescente cheia de problemas que rouba, briga e vende produtos roubados em sua escola, considerada por todos uma jovem sem nenhum futuro, mas que na verdade foi prejudicada pelas desigualdades sociais. E eles dois têm que trabalhar juntos para salvar a vida de Nick e "consertar" o erro de Annie.
O filme é produzido pelo mesmo estúdio de O Sexto Sentido e dirigido pelo co-produtor de Batman Begins, David S. Goyer, que realiza um ótimo trabalho. Outro ponto forte são as técnicas de filmagem presente em grande parte das cenas do filme, mas que não cansam de ser vistas (como, por exemplo, a cena em que livros caem, a câmera foca em Nick, e ao voltar para os livros, estes estão no local de antes, perfeitamente arrumados. Uma cena sem cortes). Destaque para a capacidade que o filme tem de explicar uma das cenas mais importantes do filme, sem uma única palavra, que é a cena do pássaro no quarto de Nick.
Fora tudo isso, deve-se elogiar as atuações, que se mostram à altura que as cenas necessitam, que chegam a exigir que os atores ignorem a presença de alguém gritando em seus ouvidos, o que ocorre várias vezes. Justin Chatwin mostra mais uma vez que é ótimo no seu trabalho e que nós ainda vamos ouvir falar muito nele (se o personagem Goku e o filme Dragonball não levarem sua carreira por água abaixo).
Sequências de tensão e emoção nos são apresentadas em ótimas dosagens, o que torna o longa envolvente até o seu fim, inovador, pois trata não da vida ou da morte, mas sim do que existe entre as duas, e simples, afinal, não é um filme complexo nem é uma super-produção, mas mesmo assim consegue transmitir perfeitamente o sentido do filme aos espectadores. É uma ótima opção para todos os tipos de espectadores.

sábado, 1 de novembro de 2008

Meu vídeo

A Petrobras está promovendo um concurso cultural, o qual intitula-se: “Se a Petrobras fosse um filme, como seria o trailer?”. Para participar, você deve produzir um vídeo, que seria o trailer desse suposto filme. Eu fiz o meu e postei abaixo para vocês darem uma olhada e opinarem.



Para mais informções sobre a promoção, como premiação e prazo, acessem o link:
http://www.omelete.com.br/promocao/default.aspx?CDA_PROMOCAO=90

VLW!

domingo, 26 de outubro de 2008

Pequena Miss Sunshine


Pequena Miss Sunshine

Little miss Sunshine
EUA, 2006
Comédia - 101 min

Direção: Jonathan Dayton e Valerie Farise
Roteiro: Michael Arndt

Elenco: Abigail Breslin, Greg Kinnear, Paul Dano, Alan Arkin, Toni Collette, Steve Carell, Bryan Cranston, Marc Turtletaub, Beth Grant, Jill Talley, Brenda Canela, Julio Oscar Mechoso

O que você faria se fosse um diretor de cinema e tivesse um orçamento de apenas U$8 milhões para fazer um filme? Bem, provavelmente você cairia na real e faria algo bem simples, com a única pretensão de recuperar o investimento. Entretanto, o casal de diretores Jonathan Dayton e Valerie Farise conseguiram, nessa situação, fazer um filme premiado e aclamado por público e crítica.

Pequena Miss Sunshine mostra a trajetória da família da pequena Olive Hoover (Abigail Breslin), uma garotinha de 7 anos, em sua viagem do Novo México para a Califórnia para que ela possa participar de um concurso de beleza infantil que dá nome ao filme. O problema é que sua família é completamente desajustada. Seu pai, Richard (Greg Kinnear), vende um programa que ensina "9 passos para se tornar um vencedor", mas é frustrado em seu emprego, e totalmente obcecado por vitórias, em todos os sentidos, obsessão essa que ela tenta sempre passar para a filha; seu avô, Edwin (Alan Arkin), que a ajuda a aprender a coreografia, é viciado em drogas; seu irmão, Dwayne (Paul Dano), idolatra o filósofo alemão Friedrich Nietzsche e fez voto de silêncio até conseguir ser piloto de aviões; seu tio, Frank (Steve Carell), irmão de sua mãe Sheryl (Toni Collette), é gay e tentou suicídio por ter sofrido uma frustração amorosa. Então, toda a família parte em um velha kombi rumo à Califórnia, encontrando no caminho muitos obstáculos, muitas dificuldades e decepções, tudo mostrado com um humor meio sarcástico, o que transforma o filme numa verdadeira tragicomédia.

O filme mostra situações bastante diferentes, improváveis, até inimagináveis, mas que poderiam muito bem ocorrer com qualquer um de nós. Todos os eventos são apresentados diretamente, sem rodeios, aproximando o espectador da trama. É essa simplicidade que pode enganar muitos à primeira vista, por considerarem banal o que está sendo mostrado. Mas o que ocorre, muito pelo contrário, é o surgimento de uma sensação de surpresa crescente à medida que o filme avança. Esperando nada ou muito pouco do filme, quem o assiste acaba se surpreendendo com o seu conteúdo. Isso se revela logo no início, quando vários acontecimentos vão se cucedendo muito rapidamente. Para isso, devemos dizer, contribui essencialmente o talento de todo o elenco. A jovem Abigail Breslin é simplesmente apaixonante. Quem não morreu de rir quando Olive recebe a notícia de que irá participar do concurso ("aaaaaaaAAAAAAAAAHHHHH!!!!!!!!") e passa vários minutos gritando: "I won! I won! I won! I won! I won! I won!"? Outro destaque é o jovem Paul Dano, que, por interpretar um personagem que quase não fala durente o filme, capricha nas caras, bocas e gestos do adolescente rebelde que "odeia todo mundo". Dano é uma boa promessa do cinema norte-americano, e tem confirmado isso, como em Sangue Negro (2007), filme vencedor de Oscar. Vale destacar também a excelente atuação de Alan Arkin, que venceu o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante pelo papel do escrachado avô Edwin.

Pequena Miss Sunshine demorou 5 anos para ser concluído, devido a problemas financeiros. O roteiro custo U$250 mil e o filme foi rodado em seqüência. Apesar de ter um orçamento considerado baixo, o filme arrecadou cerca de 7 vezes o que custou, ou seja, foram quase U$60 milhões de bilheteria só nos Estados Unidos, um verdadeiro sucesso. Além disso, venceu 2 Oscar (Melhor Ator Coadjuvante para Alan Arkin e Melhor Roteiro Original), 4 prêmios Indenpendent Spirits Awards 2007 (Melhor Filme Independente, Melhor Direção, Melhor Ator Coadjuvante para Alan Arkin e Melhor Roteiro Original) e 2 prêmios no BAFTA (Melhor Ator Coadjuvante para Alan Arkin e Melhor Roteiro Original), fora várias outras premiações às quais foi indicado. Um fato interessante a ser notado é que o ator Steve Carell, quando começaram as filmagens, em 2005, não era muito conhecido. Mas quando o filme foi lançado, em 2006, ele havia alcançado um grande sucesso com o filme O Virgem de 40 anos, o que contribuiu bastante para a divulgação de Pequena Miss Sunshine.
É muito bom ver que filmes menores têm cada vez mais chegado às grandes premiações e alcançado um público maior. Isso mostra que, mesmo dentro de uma indústria milionária como a do cinema, dinheiro não é tudo, ainda há espaço para aqueles que fazem ressaltar seu talento e sua dedicação. Pequena Miss Sunshine é um grande exemplo disso. Um filme apaixonante, que dá vontade de assistir, mesmo sem grandes estrelas no elenco. E mais filmes têm seguido essa tendência, como Juno. Muitas vezes a simplicidade que surpreende por sua grandiosidade é muito mais agradável do que o requinte, o luxo, a exuberância. E essa nova geração de filmes está aí pra tentar provar isso. Independente, sim; medíocre, jamais.
edíocre, jamais.

De volta das profundezas...

Bem pessoal, antes de tudo peço desculpas por passar tanto tempo sem postar. É que o tempo está curto para escrever e para ir ao cinema. Mas, de qualquer jeito, para não deixar o blog estancado, começaremos a postar também críticas de filmes que não estão mais no cinema, mas que tivemos a oportunidade de assistir e achamos interessante falar um pouco sobre eles. Por isso não estranhem se a partir de agora você der de cara com resenhas sobre filmes do século passado. Será como uma indicação de filmes que você deve assistir... Ou não.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Bezerra de Menezes - O Diário de um Espírito



Bezerra de Menezes - O Diário de um Espírito
Brasil, 2008 - 88 min
Drama

Direção: Glauber Filho e Joe Pimentel

Roteiro: Andréa Bardawill e Luciano Klein

Elenco: Carlos Vereza, Lúcio Mauro, Caio Blat, Paulo Goulart Filho, Nanda Costa, Ana Rosa

A película conta a história de Antônio Bezerra de Menezes, cearense de família influente em sua terra que foi estudar medicina no Rio de Janeiro. Grande nome do espiritismo (conhecido pelas crianças espíritas como "vovô Bezerra de Menezes"), pregava a caridade acima de tudo.
O filme pode ser considerado cearense, afinal, diretor, roteirista e a maior parte dos atores, são do Ceará (além de locações). O projeto só contou com 1 milhão de reais para ser produzido, o que dificulta a realização do filme e que pode ser notado na tela, como na presença de atores não muito convincentes em suas atuações, no tempo de filme e na maquiagem.
Mas a atuação de diversos atores ajudam o filme. Podem ser citados Lúcio Mauro , Ana Rosa e vários outros, incluindo integrantes do teatro cearense. Carlos Vereza merece destaque entre os atores, pois no filme ele possui uma atuação impecável , transmitindo toda a emoção do personagem deve transmitir.
O filme peca no roteiro que, além de confuso, é simplesmente a apresentação de diversos fatos da vida da personagem principal, além de deixar de relatar alguns destes que seriam indispensáveis como, por exemplo, o fato de alguns dos pacientes de Bezerra de Menezes deixarem dinheiro debaxio de seu travesseiro quando este estava muito doente e pobre.
Apesar de seus pontos baixos, em sua maioria causados pela falta de dinheiro para sua produção, o filme consegue passar todo o esforço que seus realizadores tiveram para produzi-lo, o que se prova com a inesperada quantidade de espectadores que o conferiram. Só na primeira semana foram mais de 40 mil pessoas que foram ao cinema para conhecer um pouco mais sobre a história do "Médico dos pobres". É um ótimo projeto prejudicado pela falta daqueles que acreditassem no seu potencial. Mas nós podemos contribuir para que isso mude indo ao cinema para assistir filmes brasileiros. O filme é uma produção que com toda certeza irá despertar a curiosidade sobre a personagem apresentada em todos os que o assitirem. Vale a pena conferir. Apoiem o cinema nacional!

Muito prazer!

Olá pessoal,

estou passando aqui só pra fazer uma breve apresentação. Sou o segundo autor do CineMatuto, com muito orgulho! Sou um grande apreciador do cinema e venho aqui com o intuito de dividir informações sobre a 7ª arte com quem, assim como eu, a tem como uma forma de divertimento, de lazer.

Não sou profissional da área, mas venho como um simples espectador expressar minha opinião. Espero que gostem do trabalho que será realizado por mim nesse blog.
Muito obrigado!

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Batman - O Cavaleiro das Trevas




Batman - O Cavaleiro das Trevas

The Dark Knight
EUA, 2008 - 152 min
Aventura / Ação / Drama

Direção:
Christopher Nolan

Roteiro: Christopher Nolan e Jonathan Nolan
Elenco: Christian Bale, Heath Ledger, Aaron Eckhart, Gary Oldman, Maggie Gyllenhaal, Michael Caine
Eu sei que já faz um bom tempo que o filme estreou e que já é meio tarde para fazer uma resenha sobre ele, já que quase todo mundo já deve ter ido assistir. Mas eu não podia deixar de falar sobre esse filme nessa primeira resenha do blog, já que eu sou um fã do Batman desde pequeno e aguardei esse filme ansiosamente. E, principalmente, porque ele correspondeu a toda essa espera que gerou no mundo todo, como ficará claro na seqüência deste artigo.
O filme, como todos sabem, é a seqüência de
Batman - Begins, o primeiro dessa mais nova série cinematográfica do homem-morcego. Série essa que, antes do lançamento, gerou muita desconfiança por parte de fãs e críticos. Isso se deve, em grande parte, à imagem que ficou da série anterior (especialmente dos dois últimos filmes, Batman Eternamente e Batman e Robin, sob a direção de Joel Schumacher), considerada por muitos um pouco exagerada e distante, em alguns momentos, dos quadrinhos. Mas fã que é fã deixa a desconfiança de lado e vai conferir, e foi o que aconteceu: o filme arrecadou mais de 200 milhões de dólares só nos EUA. E os fãs não saíram decepcionados do cinema. O que eles viram foi uma nova idéia, um novo modo de mostrar o Batman. Sob a direção de Chistopher Nolan, a nova série busca explicar a origem do Batman, suas motivações, e acaba trazendo à tona um Batman mais humano, cheio de conflitos internos e que refuta a alcunha de herói. E para você que, como eu, vivia se perguntando onde diabos ele arranja essa roupa, esse carro e todos esses utilitários, esse filme é um alento, pois explica tudo isso.
De desacreditada, a nova série passa a ser aquela da qual se espera muito. E, graças a essa volta por cima com
Batman Begins, a seqüência passa a ser alvo de grande ansiedade e especulações. Isso já começa quando o primeiro filme dá a deixa de que veríamos o Coringa no seguinte (uma bela "cartada", por sinal). Depois, anunciaram que Heath Ledger faria o papel do Coringa. O ator foi logo alvo de suspeitas e muitos críticos mostraram-se contra a escolha. E nos três anos de intervalo entre os filmes, uma grandiosa campanha de marketing foi sendo feita e aumentando a expectativa em torno do novo filme. Havia também o mistério acerca da aparição do promotor Harvey Dent como o vilão Duas-Caras, o que confirmou-se antes do lançamento do filme. Além disso, a inesperada morte de Heath Ledger e o "Eu o avisei" de Jack Nicholson contribuíram para aumentar a expectativa sobre o filme.
Foi nesse contexto que
Batman - O Cavaleiro das Trevas fez sua estréia nos EUA no dia 18 de julho de 2008. Falemos agora do filme. Gothan City continua inundada de criminosos, apesar da ação do Batman (Christian Bale). Agora ele se vê diante de um inimigo ainda mais difícil do que os mafiosos de sempre: o Coringa (Heath Ledger). Mas ele também vê que conseguiu inspirar alguém para a luta contra o crime. Prova disso é o promotor Harvey Dent (Aaron Eckhart), que encara de frente o crime em Gothan, ao lado de Rachel Dawes (Maggie Gyllenhaal). Ele também tem a ajuda de seu mordomo Alfred (Michael Caine), do Tenete Gordon (Gary Oldman) e de Lucius Fox (Morgan Freeman).
O que vemos no cinema são mais de duas horas e meia de drama, ação, aventura e até um pouco de comédia, em doses perfeitas, não deixando ninguém cansar do filme. É um filme muito democrático, já que o Batman não domina tanto o filme quanto se esperava. Personagens como o Coringa e Harvey Dent (para minha surpresa) ganham muito espaço na telona. Me arriscaria até a dizer que Batman/Coringa/Harvey Dent seria o tripé de sustentação desse filme. Uma boa escolha, já que o filme conta com atores do mais alto porte, que merecem esse espaço e que deram conta do recado. O perfil de Bruce Wayne/Batman não foge ao do primeiro filme. Ele é o mauricinho que não liga para nada de manhã e o combatente do crime à noite. Mostra, no entanto, como o Batman não é unanimidade em Gothan. Ele não o herói da cidade, aliás, muitos pensam o contrário dele. O herói da cidade, segundo ele próprio, é o promotor Harvey Dent, o "cavaleiro branco" de Gothan, que acusa sem medo grandes chefões do crime e chega até a dizer ser o Batman para protegê-lo. No meio disso, o grande causador do caos, da discórdia e, conseqüentemente, responsável por grande parte do enredo do filme: o Coringa. O maior vilão do Batman, um dos maiores da história dos quadrinhos. Uma baita responsabilidade para um ator novo como
Heath Ledger, não? Mas quer saber? Ele arrasou! Eu, um grande fã do Coringa de Jack Nicholson, tenho de reconhecer. Heath Ledger deu ao Coringa uma faceta jamais explorada. Eu prefiro não me envolver nessas comparações sem sentido entre os dois. Para mim o Coringa de Heath Ledger não é melhor nem pior do que o de Jack Nicholson, apenas diferente. Cada um deu sua contribuição para o personagem e para mim eles acabam se completando. O Coringa de Heath Ledger é sádico como nunca e mostra não ser motivado por dinheiro como os outros. É criminoso por ser criminoso. O que o move é ver o sofrimento alheio, ver as pessoas postas em situações extremas, tendo de decidir entre o menor mal. Nesse sentido, ele lembra outro criminoso famoso do cinema: Jigsaw. Ambos gostam de testar as pessoas, fazer armadilhas cruéis e mostram inteligência fantástica para isso. A seqüência de planos postos em prática pelo Coringa durante o filme é extraordinária. Ele não erra, sempre prevê o imprevisível. Um verdadeiro gênio do crime, que toma conta de Gothan e a transfoma em um verdadeiro caos.
O filme dá um show de efeitos especiais (grande maioria deles sem uso de computador) e sonoros. O clima sombrio de Gothan é também ponto alto do filme. Além disso, vale destacar a maquiagem (ou desmaquiagem?) do Coringa e a roupa do Batman, mostrando algo mais clássico e deixando (ufa!) aqueles velhos protótipos para o passado. O Tumbler (ou Batmóvel, se desejar) está de volta e a novidade é o Batpod, uma espécie de moto usada pelo Batman.
Batman - O Cavaleiro das Trevas vai batendo recordes desde a estréia já ficou para a história do cinema norte-americano. E ainda pode fazer mais, se for confirmada a tão especulada indicação póstuma de Heath Ledger ao Oscar. Seria algo realmente incrível, já que é difícil um ator receber indicação por um papel em um filme de super-herói. Mas o fato é que ele merece e eu torço para que se confirme. Além disso, o filme pode concorrer a prêmios em categorias técnicas como as de som, direção de arte, maquiagem, efeitos visuais, quem sabe...
Quanto ao futuro da série, pouco se sabe. Com a morte de
Heath Ledger, dificilmente o Coringa volta no próximo filme, já que depois de uma atuação como essa, seria difícil achar alguém para substituir. Quanto a Harvey Dent e as polêmicas acerca da sua morte, Christopher Nolan confirmou recentemente: ele morreu e não volta no próximo filme. Fica a pergunta: qual(is) será(ão) o(s) próximo(s) vilão(ões)? Por enquanto, só especulação. Charada? Pingüim? Mulher-Gato? Arlequina? Ninguém sabe. Eu só sei que essa série está entregue nas mãos certas. Mãos estas que conseguiram trazer de volta o Batman e remoldá-lo para o cinema. Daqui para frente, podemos esperar muita coisa boa. 'I believe in Christopher Nolan'.

Só para começar...

Olá amigos,

venho através desse post falar um pouco sobre o blog e seus objetivos. Bem, na verdade, até agora não há nada definido. Só o que é certo é que a pretensão desse blog é ser uma área livre de expressão para aqueles que curtem cinema. Dentro desse assunto, tudo vale: notícias, opiniões, rumores, vídeos, fotos...Isso sem jamais perder o espírito de independência e liberdade que é o mais bacana em um blog. O que nos reúne aqui é a nossa paixão pelo cinema, nada de vínculos profissionais, apenas a vontade de discutir sobre esse assunto que tanto gostamos.
Sobre os autores do blog, logo estarão chegando mais amigos meus, fazendo também as devidas apresentações. Depois pensaremos em aceitar novos autores, mas por enquanto peço que comentem os posts, e a melhor ajuda que nós podemos receber.
Bem, acho que é isso. Espero que gostem e nos ajudem a sempre melhorar.

Vlw

 
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