Brasil , 2010 - 102 min.
Drama
Direção:
Wagner de Assis
Roteiro:
Wagner de Assis
Elenco:
Renato Prieto, Fernando Alves Pinto, Rosanne Mulholland, Inez Viana, Rodrigo dos Santos, Werner Schünemann, Clemente Viscaíno, Othon Bastos, Ana Rosa, Paulo Goulart
Logo de cara, chama a atenção a beleza visual do filme. O nível de efeitos visuais e fotografia é inédito no Brasil. É, mas essa parte ficou a cargo dos gringos. O suíço Ueli Steiger, que também trabalho em 10,000 a.C. e em O Dia Depois de Amanhã, é o diretor de fotografia. Os efeitos foram desenvolvidos pela Intelligent Creatures, responsável também por filmes como Watchmen, Babel e Sr. & Sra. Smith. A trilha sonora é do compositor americano Phillip Glass. Essa qualidade sem precedentes custou caro. O filme teve orçamento de R$ 20 milhões, recorde no país. É o preço do cinema bem feito.
O elenco traz atores famosos da TV e do cinema, como Othon Bastos, Paulo Goulart e a recordista de novelas Ana Rosa, e também atores menos conhecidos, como Fernando Alves Pinto, o grande destaque do filme no papel de Lísias. Curiosamente, Renato Prieto, que interpreta o protagonista, é um dos menos experientes no cinema. Sua carreira é mais voltada para o teatro, tendo ele já encenado a peça Nosso Lar. Às atuações cabe uma crítica que vale para o cinema brasileiro em geral. Nós ainda temos um padrão de atuação muito teatralístico no cinema, quando deveríamos ter um modelo independente. A tragicomédia do teatro leva ao extremo dramático as emoções, e passar isso para o cinema é muito prejudicial. E não só no teatro, mas nas novelas também acontece assim. O cinema exige muito mais correspondência com a realidade do que o teatro. Portanto, levar a atuação teatral para o cinema deixa transparecer a inadequação e o exagero. Necessário, pois, desgarrar-se a atuação cinematográfica da teatral. Esse movimento já começou em filmes como Central do Brasil, Cidade de Deus e Tropa de Elite, em que a naturalidade dos atores melhora vertiginosamente a qualidade do filme. Não por coincidência, esses são três dos melhores filmes brasileiros dos últimos tempos.
O enredo é muito bem explorado. O diretor e roteirista Wagner de Assis conseguiu contar a história de maneira agradável e acessível até aos menos entendidos do assunto, o que é a grande preocupação nesse tipo de filme, ou seja, alcançar todos os públicos. Não cometeu os erros de Bezerra de Menezes, por exemplo, que mesmo tendo uma boa história em mãos, não passou de um roteiro confuso e entediante.
O filme tem sido arrasador nas bilheterias. Com menos de duas semanas em cartaz já havia arrecadado cerca de R$ 16 milhões, pouco menos que o aclamado A Origem, que já está há seis semanas em cartaz no Brasil. No ano, o filme só está atrás de Chico Xavier entre as produções nacionais, e a tendência é que logo cubra o seu orçamento recorde. O sucesso com o público também é mostrado na enquete do Ministério da Cultura para o Oscar 2011. Concorrendo com mais de 20 filmes, Nosso Lar tem cerca de 73% dos votos.
Nosso Lar é uma bela realização nacional. Quebrou barreiras e surpreendeu muita gente. Passa uma bela mensagem ao espectador, independentemente de sua crença, pois a história de vida (e morte) apresentada é uma lição para qualquer um. E é muito bom ver um filme brasileiro de tão boa qualidade, comparável a alguns filmes hollywoodianos (o "além" de Nosso Lar é bem melhor que o de Amor Além da Vida). Esperamos que esse seja o primeiro de muitos, e que cada vez mais os filmes daqui passem a prezar pela parte técnica, pois nossos profissionais já mostraram em produções anteriores a qualidade de seu trabalho. Que assim seja.
1 comentários:
Juliano passei para conhecer seu blog ele é not°10, espetacular, fantástico com excelente conteúdo você fez um ótimo trabalho desejo muito sucesso em sua caminhada e objetivo no seu Hiper blog e que DEUS ilumine seus caminhos e da sua família
Um grande abraço e tudo de bom
Ass:Rodrigo Rocha